Nos idos dos anos 2000, a revista Showbizz detectava o incipiente revival dos anos 80 no rock brasileiro: permanências (Paralamas, Titãs), retornos (Capital Inicial, Ultraje a Rigor, Ira!) e muita, muita necrofilia (culto a Legião Urbana).
Uma década inteira se passou e muitos quebraram a lápide das suas sepulturas para capitalizar com os últimos acordes/suspiros (vide o moribundo RPM, cantando Olhar 43). É só buscar pelo set list das festas pra perceber: os anos 80 ainda não acabou.
E é nesse espírito de revival e também com a esperança de jogar a ultima pá de cal no moribundo anos 80 que trago à baila o álbum de estréia da Gang 90 e as Absurdetes.
Liderada por Júlio Barroso, a Gang despontou em 1981 no Festival MPB-Shell, da TV Globo. Entre idas e vindas no eixo: Nova York-Rio de Janeiro, Julio Barroso entusiasmou-se com o sucesso da Blitz e a Gang lançou o album "Essa tal de Gang 90 e as Absurdetes" em 1983, emplacando canção Nosso Louco Amor na novela, quase homônima, Louco Amor.
Com um new-wave de letras recheadas de referências a cultura pop - enquanto a prima rica Blitz se preocupava com chopp e batata frita - o disco foi bem recebido pela crítica, mas acho que só por essa infíma fatia de público. Em 1984, Julio Barroso despencou do 5º andar de seu apartamento em São Paulo e a Gang parou por mais um ano, voltou em 1985, mas logo em 1987 encerrou de vez suas atividades.
Ouça, antes que os 80 acabe
1)Nosso Louco Amor
2)Romântico a Gô-go
3) Telefone
4) Eu sei, mas eu não sei
5)Convite ao Prazer
6)Dada globe orixás
7)Perdidos na selva
8)Noite e dia
9)Mayacongo
10)Jack Kerouac
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