Calças coloridas, culto a Odete Roitman, aspirantes a Madonna, chicle ploc e Renato Portaluppi. Os anos oitenta parece não ter fim.
Quando achamos que a cultura pop está avançando rumo a sobriedade agressiva dos noventa ou indo mais fundo em sua viagem no tempo - assumindo de vez os cabelos crespos sob a luz do globo espelhado dos 70 - tome Restart e revival do RPM.
Porque os anos 70 ainda é o ultimo na fila dos revivais?
A década que começou com a geração bendita pregando liberdade, paz, amor e outras utopias terminou no desbunde da geração perdida, que só desejava dançar, festejar, cheirar, trepar e todos os verbos infinitivos possíveis sem compromisso com os “ismos”, é esquecida pela cultura pop saudosista. Um período frenético (com todos os trocadilhos possíveis com as infames e viciantes As Freneticas) e marcado por desilusões ideológicas e pó, muito pó: Guerra do Vietnã, David Bowie,a renuncia de Nixon, Linda Lovelace, terrorismo de esquerda e direita, Andy Wahrol, Iggy Pop, crise do petróleo, Pink Floyd, Sex Pistols, ame-o ou deixe-o, Jackson Five, Nelson Ned no México, John e Yoko expulsos dos EUA, estampas alaranjadas e Barry White...
É também a década da consolidação da música negra cantada por negros (funk, disco, groove) e não somente por intermediários socialmente aceitáveis que lançavam mão da mistura de ritmos negros com elementos de country & western - Elvis Presley, Joe Cocker, Rolling Stones.
Das tantas dissonâncias setentistas a que me embota o espírito hoje é a disco music por isso trouxe essa coletânea da Som Livre que reúne os hits das discotecas – September, I never can´t say goodbye, Young hearts run free, Disco Inferno - pra colocar a ultima pá de cal nas calças de brim coloridas.
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