A psicóloga norte-americana Joyce Brothers ao analisar um fenômeno da cultura pop sentenciou:
- Eles adotam certos maneirismos que beiram os limites do feminino (...) E são exatamente esses maneirismos que parecem atrair mais a sua legião de fãs femininas mais jovens, na idade entre os 10 e 14 anos. E isso porque, logo no início da adolescência, a menina acha mais atraente as características delicadas e femininas do que as atitudes másculas. A explicação parece ser o fato de que esses jovens projetos de mulher ainda se aterrorizam com a idéia de sexo. Então sentem-se mais seguras amando figuras não muito definidas, não claramente masculinas.
Seria Justin Bieber? Jonas Brothers? Luan Santana?!! Não, não e não. O ano é 1965, e os afeminados da época eram os Beatles e as inúmeras bandas/cantores do estilo que pipocaram pelo mundo.
A paixão das pré-adolescentes por ídolos que flertam com a feminilidade ou com a infantilidade, evidentes no modo de se vestir e se comportar é um fenômeno crescente, porém antigo.E não está restrito as paredes do quarto, nos casais pré-adolescentes a diferença visual é gritante: o guri mais pegador é aquele das bermudas largas, camisetas gritantes, tênis à smurf´s e gestos espalhafatosos. Por mais que os jovens façam filhos e sexo, as gurias pré-adolescentes têm medo de macho sim.
Em uma revisão rápida das ultimas quatro décadas da cultura pop, o ideal de beleza masculino foi perdendo pêlos no rosto e no corpo, afinando o queixo, amaciando a fala e incorporando preocupações essencialmente femininas como encontrar um grande amor ou começar uma família.
Símbolos sexuais com cara e pinta de homem como Sean Conery e Paul Newman é démodê, George Clooney e Daniel Craig não têm vez na capa da Capricho e ver 007 esbofeteando uma mulher em crise de histeria só no VHS. As comédias românticas, a música pop e o divórcio - os meninos passam mais tempo da infância na companhia de mulheres: mãe, avó, professora, “tia do SOE”, apresentadoras de TV - geraram o galã sensível, de ombros curtos e sorriso largo que forraram nossos armários em um momento ou outro: Rob Lowe, Tom Cruise e Prince nos anos oitenta; Brad Pitt, Nick Carter e Leonardo di Caprio nos noventa; Justin Timberlake, Orlando Bloom, Justin Bieber e Jonas Brothers agora.


Contudo, a coragem some quando suas hemoglobinas começam a despertar os instintos mais primitivos dos vampiros e Bella corre para a torre de princesa e assiste impassível Edward enfrentar os vampiros “do mal” que querem seu sangue. Ok, ela não tem poderes sobre-humanos para bater de frente com os vampiros, mas dentes de alho e crucifixos são fáceis de encontrar no Wall Mart mais próximo.

É impossível ignorar o famoso videolog onde o crítico Maurício Saldanha defende que a protagonista é um exemplo de mulher forte e independente. Espero que seja troll ou Saldanha sofre de analfabetismo funcional pois Bella é inconseqüente, submissa e burra. Muito longe de ser considerada heroína, mais perto de ser uma vagina pouco falante. Não, Bella não me representa, Sarah Connor, Elena Fischer e Chloe Frazer são símbolos de independência que me inspiram.
E a saga continua, solidificando a exigência feminina por um ideal de comportamento masculino impossível, uma mistura sensitiva entre o canalha e o cavalheiro: um homem compreensível quando ela chora, agressivo quando ela geme, surdo quando ela grita, obediente quando ela reclama e que a ame do jeito torto que ela é.
2 comentários:
Texto perfeito! Adorei! então era por isso que eu me apaixonava por viadinhos na época do primeiro grau! Nanda
Oi Fernanda. Desculpe a demora em responder.
Pior que na pré-adolescencia ainda estamos sob a influencia do "medo do pau". Que logo passa.
O preocupante é que a crescente desvalorização das características masculinas (barba, pelos, queixos proeminentes, objetividade) está ocasionando num boom de homens bananas e sex symbols afeminados. Que nao se limitam aos posters da Querida ou Capricho, ja estao no nosso dia a dia.
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